Dias de solidão

Quando ela partiu

Só me restou o pranto

Dos dias de solidão

Repletos de desencanto...

Somatório de incompletudes

Já não vejo mais virtudes...

Em meio a tantos vazios,

Minha vida tem se tornado

Um somatório de incompletudes...

Objetivos já se encontram distantes

Do que um dia planejei...

Desejos que viraram ruína

Das coisas que almejei...

Desencontro

Dos encontros com minha amada,

Só restaram lembranças vagas
Do que um dia eu vivi...

A solidão virou chaga
Como o silêncio frio da madrugada
Em meio aos versos que escrevi.

Sociedade doentia

Zumbis hipnotizados,

Pelo ódio escravizados,

Imploram o retrocesso

Com máscara de progresso.

Tratam como messias um palhaço

Sombriamente sádico

Explorando um discurso “prático”

Onde basta o ódio escancarado.

A ausência dos teus lábios...

No silêncio da noite,

Pensamentos a vagar...

Memórias vêm e vão,

Ao olhar para o luar

Refletido na desilusão.

Tento esquecer a dor

De não tê-la em meus braços

E, mesmo assim, amar!...

Dói pensar em perdê-la

Sem, ao menos, lhe beijar!...

Não saberei o sabor

Dos teus lábios, a desviar...

...Dos meus, que só queriam amar.

Solidão

É solidão o que bate

À porta do meu coração...

Fruto da ausência,

Incômoda desilusão...

Ao redor, apenas versos,

Como desabafos, dispersos...

Vazio

Sentiu o vazio invadindo seu ser...

Como numa fuga, tentou esquecer

A pessoa com quem sonhava viver...

Do luto, restaram apenas versos,

Que escorriam dispersos,

Encharcando a folha de lágrimas,

Até que, de tanta dor, ficou imerso,

Rendendo-se ao vazio de um futuro incerto...